Aposentado recebeu doações de medicamentos, mas pomadas não surtiram efeito e ele mantém procura por médicos
O drama do aposentado Benedito Jonas de 65 anos, continua se arrastando. Com enormes feridas que passaram a tomar conta de suas pernas, o idoso ainda não conseguiu uma consulta em um hospital de Campo Grande para iniciar seu tratamento. Com muito medo de não ter outra alternativa a não ser a amputação, Jonas se desespera e pede ajuda para algum médico atendê-lo.
O drama diário de Benedito já foi mostrado pela equipe do Top Mídia News. Após a reportagem, ele conseguiu algumas doações de medicamentos, mas a tão desejada consulta ainda é sonho. Devido aos ferimentos, há meses o idoso não consegue usar um sapato. Usando apenas chinelos, ele fantasia em seus pensamentos um dia poder voltar a viver sua vida normalmente.
Morador do município de Jardim, distante aproximadamente 239 quilômetros de Campo Grande, o idoso sobrevive com as enormes feridas que só alastram em suas pernas. Indignado com o poder público e da dificuldade em conseguir atendimento médico ele lembra que quando os ferimentos começaram a surgir, há aproximadamente quatro meses, ele chegou a procurar atendimento no posto de saúde de Jardim, onde o médico disse para ele comprar uma pomada para pele. O problema é que o medicamento, mesmo manipulado, custa R$ 75, dura menos de uma semana e nada resolve.
"Pesa muito no meu orçamento. Recebo apenas R$ 778 por mês, com esse dinheiro tenho que comer e pagar as contas da minha casa. Moro sozinho em Jardim e preciso de um lugar que eu fique internado, não apenas que me passe pomadas que nada vão resolver", disse.
Sem um diagnóstico adequado, as feridas não reagiram ao tratamento da forma esperada e só aumentaram desde então. Morando sozinho e com dificuldades financeiras, o aposentado juntou as economias e foi a Campo Grande em busca de tratamento. Chegando à Capital, ele procurou o posto de saúde do bairro Guanandi, onde foi informado para procurar o Hospital Rosa Aparecida Pedrossian.
Na segunda unidade de saúde, Benedito ficou sem atendimento mais uma vez. Segundo ele, a equipe do hospital afirmou que o seu estado não era considerado de urgência e que ele precisaria de um encaminhamento médico do SUS (Sistema Único de Saúde) para ser atendido no hospital.
Sem condições de arcar com as despesas, tanto alimentares como de hospedagem, o idoso resolveu voltar para Jardim onde seu estado de saúde estava piorando cada dia mais. A maior preocupação é com a possibilidade de perder as pernas com o agravamento das feridas. Por causa das dores, o aposentado reclama da medicação, que se tornou parte da rotina diária.
"Tomo vários medicamentos para não gritar de dor, principalmente na hora de lavar e fazer os curativos. Vejo que está tudo piorando com o passar do tempo, preciso muito de uma ajuda para quem estiver me vendo, me ajude com um tratamento para eu conseguir ser curado".
A equipe de reportagem entrou em contato com o vice-prefeito de Jardim, Renato Miranda (PMDB), que se comprometeu a tentar encontrar uma solução para o idoso. Segundo o aposentado, Renato prometeu encaminhá-lo para Campo Grande, masera só a carona, sendo que Benedito não seria encaminhado para um hospital e muito menos teria o problema resolvido.
"Ele me ligou dizendo que iria me levar até a Capital, mas não que iria me dar um encaminhamento para eu ficar internado", ressaltou.
Mesmo a prefeitura do município oferecendo apenas a carona, o idoso achou melhor ir para a Capital com a 'cara e a coragem' na esperança de conseguir um tratamento adequado. Já em Campo Grande, ele conseguiu ser atendido na ala vermelha do posto de saúde do Bairro Guanandi, onde o médico passou algumas pomadas, mas não forneceu o encaminhamento médico para o idoso ficar internado em algum hospital da cidade.
Benedito já foi às unidades na busca da tão sonhada consulta médica, mas ainda não conseguiu. Ele explica que as pomadas passadas pelo médico não adiantaram, as feridas não diminuíram e a dor ainda é muito grande.
Com uma bicicleta, o aposentado vendia produtos de limpeza para melhorar o orçamento, mas quando as feriadas passaram a aumentar ele não conseguiu mais pedalar e a situação ficou ainda pior. "Agora para comprar alguns medicamentos preciso da ajuda de meus filhos, que também não tem muitas condições financeiras, todos são muito humildes", lamentou.
Foto: Geovanni Gomes
Há quase um mês em Campo Grande, Benedito chegou em meio a uma situação turbulenta na rede municipal. Com equipes da saúde em greve, o idoso ainda não conseguiu um encaminhamento para um hospital onde ele possa ficar internado e conseguir concluir um tratamento que realmente resolva seu drama.
O idoso conseguiu algumas doações de medicamentos, que não fizeram efeitos em seus ferimentos. Ele agradece as doações dos remédios, mas gostaria que um médico, ou alguém do poder público o ajudasse a conseguir uma vaga e um tratamento adequado.
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