Os leitores do MS Notícias que responderam à nossa enquete - sem valor de amostragem científica - durante o período de 13 a 17 de julho na frontpage do site demonstraram que desaprovam a atuação dos vereadores desta legislatura. Os resultados foram claros e englobam oposição e situação, conforme apresentaram os seguintes dados obtidos para a pergunta: “Como você avalia a atuação da Câmara de Vereadores”. Os resultados foram expressivos: 83% dos leitores consideraram “péssima” a atuação dos vereadores; 9% consideraram ruim; 6% como regular; e chama a atenção os índices de 0% para Boa e Ótima.
As enquetes, invariavelmente contam com “torcidas organizadas” que votam em favor de seus candidatos, fazendo-os alcançar alguns preciosos pontos, no entanto, pelo fato desta enquete tratar apenas do desempenho da Câmara, sequer assessores optaram por escolher as respostas “Boa e Ótima”.
Imagem do Golpe colou
Talvez a Câmara Municipal de Campo Grande tenha sido maculada a partir da ideia de ser partícipe de um golpe para cassar o prefeito legitimamente eleito, Alcides Bernal, desafeto de históricos “fornecedores” de serviços e produtos para a prefeitura da Capital e peça chave na reação popular contra o PMDB, que governava o município por 20 anos consecutivos, com Juvêncio César da Fonseca, André Puccinelli e Nelson Trad Filho.
Mais, empossou Gilmar Olarte (PP por liminar), um vice-prefeito inoperante, envolvido em denúncias diversas, acusado pelo procurador-geral de Justiça, Humberto de Matos Brittes, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, decorrente da investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). A Câmara hoje se faz tão vacilante em exercer suas atribuições constitucionais de fiscalizar os atos do Executivo Municipal também com relação à administração e gastos do orçamento. Casos como a não obediência de leis, uso de jatinhos de fornecedores de serviços e produtos à prefeitura pelo prefeito e que é crime, são perdoados e esquecidos. A Comissão Processante requerida, embasada em cinco supostos crimes cometidos – e a sua função é a de investigar se houve crime – vem sendo encoberta sobre o enorme manto da blindagem com o qual brindam Gilmar Olarte.
Soa sempre como apoio incondicional a postura da Câmara e dos vereadores da base aliada que discursam cobrando ações e explicação, mas votam com o prefeito em todas as ocasiões e o defendem com tanta determinação que, em mais de uma ocasião, quase partiram para a agressão física contra os poucos oposicionistas.
Tem razão um dos vereadores, que mesmo sendo aliado do prefeito, disse que se houvesse vontade política muitos dos problemas existentes teriam sido evitados. E menciona as CPIs que foram pedidas, requerimentos que não foram aprovados. Segundo essa fonte, o que se vê é o discurso indo em uma direção enquanto a ação, em outra, oposta. “Se no início houvesse sido instalada uma CPI que fosse, hoje, o caos administrativo não teria se instaurado”.
É fato mercadológico que algo é “caro” quando, ainda que tenha preço acessível, não se presta às suas funções. Todo o resto, ainda que tenha valores altos de aquisição, mas que cumpra “bem” com sua finalidade, esse sim é barato. Assim, a Câmara Municipal de Campo Grande é uma Casa “cara” para os contribuintes.?O barato e o caro
Os vereadores têm um custo muito superior aos seus rendimentos de R$ 15.031,76, somados à verba de representação de R$ 8.400. Avaliado todo o custo operacional do Legislativo, com funcionários, material, instalações, taxas de iluminação e água, segundo o link Transparência do portal da Câmara Municipal, a receita corrente líquida daquela casa é de R$ 63.262.500,00, o que corresponde um custo por vereador de R$ 2.181.456,90.
A população, para melhor avaliar seus representantes, talvez aguarde que os vereadores reencontrem o caminho do povo, releiam os cadernos legais que definem “a democracia como um governo em que a soberania é exercida pelo povo” se sobreponha ao “vereador gosta de vereador”, e salvem a si próprios e, mais importante, a Prefeitura de Campo Grande.
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