terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Enquanto servidores esperam até março para normalizar salário, vereadores recebem sempre em dia

Enquanto Prefeitura paga salário em parcelas, na Câmara está tudo em dia

Legislativo também é custeado com dinheiro do Município
Enquanto o salário dos servidores municipais é pago em parcelas ou de forma escalonada, a Prefeitura de Campo Grande repassa rigorosamente o duodécimo à Câmara Municipal no dia 20 de cada mês, garantindo a folha de pagamento não só do quadro de servidores da Casa de Leis, mas também dos próprios vereadores, hoje remunerados em pouco mais de R$ 15 mil bruto. O repasse é de R$ 5,9 milhões.

O secretário Municipal de Governo e Relações Institucionais, vereador licenciado Paulo Pedra (PDT), explica que o duodécimo é direito do Legislativo e mesmo o pagamento salarial em dia do Município também ser garantido juridicamente, não há tanta rigorosidade na questão.
“O duodécimo é prerrogativa da Câmara, então todo dia 20 tem que repassar”, disse respondendo em seguida sobre a remuneração do Município, “se não tem dinheiro em caixa como vai pagar?”.
Conforme o vereador e 1º secretário da Mesa Diretora, Delei Pinheiro (PSD), a folha de pagamento de todo o quadro gira em torno de R$ 2 milhões e até hoje não houve atraso nem sinalização de que isso irá ocorrer. “Então acho que o 13º (salário) está sim garantido”, opinou.
Mais uma vez há discrepância nas situações, já que o Executivo ainda não sabe se o 13° será disponibilizado em dia. Uma das soluções é usar parte da arredação com o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) para sanar a despesa, mas o tributo só começa a ser pago no dia 11 de janeiro de 2016. Desde que Alcides Bernal (PP) voltou ao Paço o pagamento dos funcionários continua sendo feito em partes, medida tomada por Gilmar Olarte (PP) em julho.

Prefeito promete normalizar pagamento de servidores em março

Até lá salário será divido em duas parcelas
Depois de meses recebendo salário escalonado, a promessa do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), é normalizar a folha dos servidores em março. Segundo ele, a mudança começa já neste mês. Antes os funcionários receberiam em quatro vezes, agora vão ser remunerados em duas parcelas uma 5° dia útil, 8 de janeiro, e o restante no dia 15 juntamente com a segunda parcela do 13°. Ao todo serão R$ 130 milhões.
“Se Deus quiser e correr como o planejado tudo se normalizará em março”. Ele garante que a estabilização da situação financeira não é frágil, excluindo a possibilidade de o Município cair em crise como ocorreu em maio do ano passado e aproveitou para criticar o vice-prefeito afastado, Gilmar Olarte (PP).
“Não houve controle nas despesas (na administração passada). Nossa gestão é responsável, temos fiscalização séria em cima da gestão, dos números, projeção para o ano todo, então posso assegurar que nosso trabalho é para que Campo Grande volte ao normal a partir de março”, explicou.
“Não vamos fazer a loucura que foi feita em março de 2014, combatemos ação irresponsável, que levou a prefeitura ao caos. Era despesa desenfreada”, completou referindo-se à cassação de seu mandato e, consequentemente, na posse de Olarte. O escalonamento salarial começou justamente na gestão do pastor, depois de 18 anos de pagamentos feitos em dia.
O sistema continuou quando o radialista voltou ao poder em agosto no ano passado. A previsão inicial era para que a situação financeira fosse colocada em ordem até o final do ano. Porém o rombo não foi fechado em tempo. Sendo assim até o 13º salário foi atrasado e a segunda parcela será paga em 2016.

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