A parceria anunciada pela Prefeitura Municipal de Campo Grande desde o fim do ano passado, sobre a atuação do Exército Brasileiro para executar obras de recapeamento na Capital, até agora, não saiu do discurso. Enquanto isso, a população amarga com prejuízos decorrentes dos estragos de veículos e, inclusive, sente as consequências na própria pele.
Neste domingo (17), o delegado da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro, Enilton Zalla, afirmou que a causa da morte do motociclista Romildo Jacinto Estruquel, 42 anos, durante a madrugada do mesmo dia, foi resultado da queda, ao passar por um buraco na Rua Pirai, próximo a Avenida Duque de Caxias, no Jardim Sayonara.
Enquanto as manchetes de tragédias envolvendo os buracos ‘pipocam’ à medida que eles surgem pela cidade, nada é feito para mudar a situação. A prefeitura chegou a anunciar que resolveria o problema de forma simples, com o apoio do Exército Brasileiro.
Foram feitas muitas reuniões e promessas, dizendo que o uso da mão de obra militar, orçadas em torno de R$ 19 milhões, para recapeamento de quatro vias do corredor de ônibus da região Sudoeste em Campo Grande iniciariam o quanto antes e solucionariam os problemas de tapa-buraco.
Mas ao questionar a assessoria de comunicação da prefeitura sobre as negociações com o exército, a resposta foi “não há novas informações sobre esse assunto”. Já Seção de Comunicação Social do 3º Grupamento de Engenharia do EB informou que está no aguardo de uma resposta do município.
“Estamos à disposição, aguardando o posicionamento da prefeitura, para passar para a fase do projeto. Parece que eles estão tentando recursos, mas não há nada confirmado. Não temos como definir os trabalhos, equipes e nem estabelecer prazos, porque não há nada oficial”, explicou o EB, via telefone.
Agravante
A prefeitura cogitou o exército para reduzir custos de cerca de 25%, em relação às empreiteiras, sendo que muitas ainda estão sem receber e trabalhando no vermelho. No entanto, a área de Construção Civil faz o alerta dessa parceria: diante a atual crise econômica, colocar o exército à frente resultaria em um retrocesso ainda maior.
Com o convênio, os empresários e especialistas afirmam que a cidade deixaria de empregar mais de 1,2 mil pessoas, direta ou indiretamente, refletindo negativamente na cadeia produtiva e econômica. Enquanto o impasse continua, é a população quem mais sofre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário