segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Sem consolidar nomes, partidos aguardam definições para lançar candidaturas na Capital

As indefinições entre os partidos que pretendem disputar a Prefeitura Municipal de Campo Grande expõe um cenário político imprevisível em 2016. A sucessão municipal levanta nomes de possíveis concorrentes que já demonstraram interesse em disputar a cadeira do Executivo, como o presidente da Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul (Cassems) Ricardo Ayache. Em 2014, Ayache foi candidato ao Senado por Mato Grosso do Sul, pelo Partido dos Trabalhadores, e obteve uma votação expressiva com 281.022 votos. Além de ser a estrela da vez do PSB, o nome de Ayache figura como possibilidade de aliança para os petistas, na avaliação do deputado federal Zeca do PT, que se opõe ao posicionamento do presidente da legenda, Antônio Carlos Biffi.
Biffi já afirmou que a sigla não vai apoiar o ex-correligionário Ricardo Ayache. Com a retirada da sua pré-candidatura, Zeca do PT tem reiterado o discurso de que o partido precisa ter “novos horizontes”. Embora não assuma diretamente que os escândalos envolvendo o PT como “Operação Lava Jato, a  prisão do senador Delcídio do Amaral e outras denúncias tenham fragilizado a legenda no Estado, o deputado petista bate na tecla de que o PT tem que “discutir outras possibilidades”. O impasse entre Zeca, que defende o partido para ocupar uma  vaga de vice, e Biffi, que sustenta candidatura própria para o PT, abre outras vias internas dentro da sigla. “Mesmo enfrentando desgastes com denúncias, o partido tem que lançar candidato para discutir propostas”, defende o deputado estadual Pedro Kemp, que ao lado do deputado estadual Amarildo Cruz, e a ex-primeira dama e esposa de Zeca Gilda Gomes aparece como iminente opção para disputar a prefeitura pelo Partido dos Trabalhadores,conforme Biffi. Mas até que as opiniões se afinem, ficará sem indicações.
Além do PSB, Zeca defende aliança com o PDT que tem o presidente do partido, deputado federal Dagoberto Nogueira como uma das alternativas para sucessão municipal na Capital. Contudo, no PDT ainda não há consenso. Embora admita não ter interesse em disputar a Prefeitura, com a saída do deputado estadual Beto Pereira para o PSDB, Dagoberto pode ter concorrência interna com a ex-vereadora Tereza Name, e com deputado estadual Felipe Orro, que sinalizam pretensão política. Orro ao lado do deputado estadual George Takimoto formam a dupla pedetista na Assembleia Legislativa, interessada em impulsionar a legenda para disputar as eleições nos 79 municípios do Estado. “Temos um cenário desafiador. A cidade se aproxima do seu primeiro milhão de habitantes, sem ter dado respostas a desafios elementares” disse Felipe Orro.
Retorno
Sem dar alarde, o presidente da Executiva Regional do PTB no Estado, Nelson Trad Filho não nega, mas também não afirma, que irá pleitear um caminho para retornar ao Executivo Municipal. Filiados do partido são unânimes em defender o nome do ex-prefeito para a disputa. “O que tenho visto é que a população está com saudade da minha administração”, disse Nelsinho ao MS Noticias. Informações de bastidores dão conta de que para não entrar em rota de colisão com o irmão, deputado estadual Marquinhos Trad, que está em vias de sair do PMDB, para possivelmente migrar para o PSD, Nelsinho concordou em lançar seu nome mediante pesquisa, visando qual a maior probabilidade entre os dois irmãos.  “Partido vai ter candidato, porém, o PTB pode sair como vice na Capital, dependendo da situação”, afirmou. Filho.
Ponta direita
Se por um lado os partidos que compõem o bloco de esquerda não definem situação, na outra ponta, os representantes de partidos como PMDB e PSDB também não consolidam suas indicações. O presidente da Executiva Regional do PSDB, secretário de Estado de Fazenda,  Márcio Monteiro defende o nome da vice-governadora Rose Modesto, alegando que a tucana tem boa densidade de votos. Segundo o secretário a intenção da maioria dos correligionários é seguir com candidatura própria na Capital, assim como nos demais municípios no interior do Estado. “Professora Rose circula dentro desse quadro por ter sido a segunda vereadora mais votada da Capital”, avalia Márcio Monteiro sem descartar outros integrantes partidários. “Mas temos muitos nomes”, acrescenta.  Para lançar pré-candidatura, Rose Modesto precisa ser escolhida entre os nomes que já se colocaram à disposição no ninho tucano como o Secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Correa Riedel, bem como o Secretário de Estado de Administração e Desburocratização,Carlos Alberto de Assis, além do deputado estadual Beto Pereira que já foi prefeito de Terenos ( 2004 -2012) pelo PSDB.
Em um cenário de hipóteses, o tucano João Rocha poderá entrar na disputa caso liminar  que assegura a permanência provisória de Alcides Bernal (PP) na Prefeitura seja derrubada por desembargadores do Tribunal de Justiça, que retorna do recesso forense em fevereiro.Como presidente da Câmara, Rocha assumiria a cadeira do Executivo e pavimentaria caminho para sua própria condução ao cargo de prefeito da Capital. Sem saber do futuro incerto, Bernal tem tentado alinhavar acordo com partidos que até o momento não tem surtido resultado, já que o progressista continua com a vaga de líder do prefeito na Câmara desocupada.
Os peemedebistas querem lançar chapa própria para disputar a Prefeitura de Campo Grande e para isso acolheram o deputado estadual Márcio Fernandes, que deixa PC do B para abraçar o PMDB. Ao lado do senador Waldemir Moka  (PMDB), Márcio Fernandes representaria uma das alternativas para o partido que teve nomes de vereadores envoltos à escândalos da cassação do mandato de Bernal, e o deputado federal Carlos Marum que posicionou-se com defensor ferrenho do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, pivô de um dos casos mais midiáticos da safra de corrupção levantada pela Operação Lava Jato em 2015.

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