quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Delcídio vai pedir quebra de sigilo telefônico de Bernardo para desqualificar prisão

Filho do ex-diretor da Petrobras, Bernardo gravou a conversa em que petista sugere rota de fuga para Cerveró

A defesa do senador Delcídio do Amaral (PT) entrará com um pedido de quebra de sigilo telefônico de Bernardo,  filho do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró e responsável por gravar a conversa que levou o petista para a prisão.

O advogado do petista, Antônio Figueiredo Basto, afirmou que a solicitação será entregue ao STF (Supremo Tribunal Federal) até a próxima segunda-feira (25). Conforme o jornal Folha de S. Paulo, o acesso à lista de pessoas com quem Bernardo trocou telefonemas revelará se o filho de Cerveró manteve contato com os procuradores da Operação Lava Jato antes de Delcídio ser detido.

"Podemos e vamos pedir essa quebra. Quero saber como e quem industriou o Bernardo. Só o Supremo poderia autorizar [a gravação da reunião com Delcídio]", disse Figueiredo Basto.

Na gravação de Bernardo, Delcídio disse que tinha poder de influência sobre ministros do STF para garantir a liberdade de Cerveró e chegou a tratar de uma eventual rota de fuga para o ex-diretor, caso a Justiça não o libertasse. Em troca, o ex-diretor da Petrobras não aceitaria a delação premiada ou omitiria o seu envolvimento.

Segundo o advogado, a defesa argumentará que a prisão ocorreu por "meio enganoso de prova". "Isso ocorre quando infiltram uma pessoa para te provocar e gravar o que você diz, atacando o direito ao silêncio. O áudio foi feito sem autorização judicial e por uma pessoa que sequer é parte no processo, o Bernardo", afirma Figueiredo Basto.


No mesmo pedido, os advogados devem incluir um pedido para que a ação penal não seja aceita, além de pleitearem a revogação da prisão de Delcídio, que dura dois meses. "Minha intenção é anular a prova", adiantou o advogado. Apesar da jogada, a delação premiada ainda não foi descartada.

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