Documento mostra possíveis doações do Grupo Bertin de R$ 500 mil para o ex-prefeito e R$ 1 milhão para Zeca do PT
Documentos apreendidos pela Operação Lava Jato apontam possível envolvimento do ex-prefeito Nelsinho Trad (PTB) com o Grupo Bertin. A empresa de frigoríficos possui entre os sócios um dos parceiros do pecuarista sul-mato-grossense José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, que foi preso no final de novembro por suposto esquema de financiamento ilegal do Partido dos Trabalhadores.
Segundo reportagem da Revista Veja, a Polícia Federal encontrou verdadeiro ‘tesouro’ durante as buscas e apreensões realizadas em São Paulo. Entre eles, a agenda de Natalino Bertim, com uma lista de nomes de diversos políticos brasileiros, associados a valores que teriam sido doados nas eleições de 2010.
São registros de ‘valores combinados’ com políticos, parcelas pagas e as datas de pagamento do dinheiro, sendo que todos os cálculos foram feitos em reais. Além de nomes de expressão nacional como do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do vice-presidente Michel Temes (PMDB) e do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso em Curitiba, aparecem ainda Nelsinho Trad e o deputado federal Zeca do PT.
Entre candidatos dos mais diferentes estados, todos para cargos de alto escalão, o ex-prefeito de Campo Grande teria recebido R$ 500 mil enquanto o ex-governador petista seria beneficiário de R$ 1 milhão. Em análise pela Polícia Federal, a caderneta servirá de base para a investigação, que vai confirmar se os recursos foram realmente repassados aos políticos e se o dinheiro foi registrado na Justiça Eleitoral ou proveniente de caixa dois.
Para a Veja, o deputado Zeca do PT afirmou que “recebeu uma doação, que foi legalmente declarada na Justiça Eleitoral no valor de R$ 1.000.000,00 realizada pelo JBS S/A, por meio do comitê eleitoral de campanha, no pleito eleitoral de 2010, quando foi candidato ao governo do Estado". Já Nelsinho não se pronunciou sobre a publicação da revista ou atendeu às ligações do TopMídiaNews.
Passe Livre
As apreensões de documentos ocorreram durante a Operação Passe Livre, na 21ª fase da Lava Jato, quando a Polícia Federal coletou provas relacionadas à prisão de Bumlai na empresa frigorífica Bertin, em Lins (SP). Nos mandados expedidos pela Justiça, aparecem os nomes dos empresários Silmar Roberto Bertin e Natalino Bertin.
Segundo as investigações, eles teriam participado de sociedade com os filhos de Bumlai - Maurício, Cristiane e Guilherme - para conseguir um empréstimo de R$ 104 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) quando a empresa estava inativa e com apenas sete funcionários.
O juiz Sérgio Moro também expediu mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Dourados, São Paulo, Piracicaba, Rio de Janeiro e Brasília. A ação envolveu 140 policiais federais e 23 auditores fiscais que cumpriram 25 mandados de busca e apreensão e uma de prisão preventiva. O objetivo era descobrir provas de irregularidades na contratação do navio-sonda Vitória 10000 pela Petrobras.
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